Esposa de empresário acusado de matar gari em BH, delegada é afastada de suas funções na Polícia Civil

A delegada Ana Paula Lamego Balbino, esposa do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, autor confesso do assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, ocorrido em 11 de agosto de 2025 em Belo Horizonte, foi oficialmente afastada de suas funções na Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), bem como substituída no Comitê de Ética em Pesquisa da Academia da Polícia Civil, conforme ato publicado na quinta-feira (28) no Diário Oficial do Estado.

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O afastamento foi concedido por licença médica de 60 dias, iniciada em 13 de agosto, dois dias após o crime cometido pelo marido. A deliberação, assinada pela delegada-geral Yukari Miyata, dispôs a substituição de Ana Paula no Comitê de Ética em Pesquisa, sendo seu lugar ocupado por uma professora.

Embora a duração inicial seja de 60 dias, o afastamento pode ser prorrogado, conforme avaliação médica.

Investigações e repercussões

Apesar do afastamento, a delegada continua sendo alvo de um procedimento administrativo (PAD) instaurado pela Corregedoria-Geral da PCMG, com o objetivo de apurar se houve omissão ou conivência em relação às circunstâncias do crime, especialmente pelo fato de que a arma utilizada pertencia a ela.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) chegou a solicitar a responsabilização solidária de Ana Paula, além de pedir o bloqueio de até R$ 3 milhões, como medida cautelar para garantir eventual ressarcimento aos familiares da vítima.

Contexto do crime

Na manhã de 11 de agosto de 2025, o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi baleado enquanto trabalhava na coleta de lixo no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte, em meio a uma discussão de trânsito.

O empresário Renê Júnior foi preso horas depois em uma academia e confessou ter utilizado a arma da esposa — uma delegada da PCMG —, sem o conhecimento dela, para cometer o crime .

Dados sobre a delegada

Antes dos desdobramentos recentes, Ana Paula atuava como chefe da Delegacia de Combate à Violência Doméstica em Nova Lima e estava lotada na Casa da Mulher Mineira, além de ser autora de obras sobre violência doméstica e políticas públicas de enfrentamento

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